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Desafios no preço do frete

Escrito por Time MICHELIN Connected Fleet | 20/05/2024 14:38:14

Desafios no preço do frete

Por que os Reajustes no Frete não Acompanharam os Aumentos dos Custos? Quais as previsões para o cenário de 2024?

Nos últimos anos, foram inúmeros os desafios enfrentados por todo o setor de transporte rodoviário, incluindo a  pandemia de COVID-19 que redefiniu a forma que atuamos. 

Embora este tenha sido mais um desafio superado, mantido em constante recuperação e realmente melhorado o cenário no último ano, não foi o suficiente para recompor a defasagem acumulada no setor de transportes de cargas nos últimos anos, e falaremos um pouco mais sobre as razões a seguir.

Defasagem no setor 

Entender a complexidade por trás dessa desigualdade entre os reajustes no frete e os aumentos dos custos é crucial para navegarmos nessas águas turbulentas. Uma série de fatores contribuiu para esse desequilíbrio, desde flutuações nos preços dos combustíveis até mudanças regulatórias e o próprio dinamismo do mercado.

Uma última pesquisa realizada pelo DECOPE da NTC&Logística, indicou uma defasagem média no TRC (Transporte Rodoviário de Cargas) de 8,5%, sendo de 9,6% no transporte de carga fracionada e de 7,6% na carga lotação.

Compreendendo os custos

A instabilidade e o aumento dos custos de insumos para o setor foi um fator crucial para contribuir para este acontecimento, que acaba impactando a rotina não só do caminhoneiro e transportador, mas também  do consumidor final.

Em 2023, por exemplo, o combustível sofreu uma queda de, em média, 7,3%, mas em compensação, mesmo com essa redução, ainda acumula um aumento de 57% dos últimos 3 anos. Outros pilares do transporte, como mão de obra e valor do veículo, também tiveram um significativo aumento. 

Defasagem média no TRC (Transporte Rodoviario de Cargas)*

Veículo

Mão de Obra

Combustível

12 meses

+20,6%

+8,4%

-7,3%

24 meses

+41%

+19,3%

+4,5%

36 meses

+95%

+35,6%

+57,1%

*Dados disponibilizados pela NTC&Logística

A inflação do Serviço de Transporte de Carga

O Índice Nacional de Custos de Transporte – INCT, que mede a inflação no setor, indica uma situação semelhante de defasagem, porém embora o valor fique semelhante no período de até 24 meses, comparando com o acumulado dos 36 meses, a diferença é grande. Lado a lado com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, nota-se que há um grande desafio no setor de transporte e que esses custos não necessariamente são repassados ao consumidor final. 

em

IPCA

INCTL (lotação)

INCTF (fracionada)

12 meses

4,6%

5,1%

3,4%

24 meses

10,7%

21,6%

12,9%

36 meses

2,8%

55,2%

33,8%

 

Ao juntar todos esses dados e números, é compreensível que mesmo após um último ano melhor, ainda há uma longa jornada, porém possível de ser trilhada a caminho da saída desta zona de defasagem e rumo a uma estabilidade e crescimento rentável 

O que fazer agora?

Para tudo há uma esperança, e o setor de transportes permanece firme e comprometido em uma recuperação total para se fortalecer  economicamente. Podemos buscar oportunidades de inovação e eficiência. Talvez seja hora de reavaliar nossos processos de logística, explorar novas parcerias ou investir em tecnologias que possam otimizar nossas operações.

É também uma oportunidade para nos conectarmos mais profundamente com nossos clientes, compartilhando nossa jornada e convidando-os a fazer parte da solução. A transparência e a comunicação aberta são essenciais em tempos de desafio.

O que esperar de 2024 para o setor de transportes?

Apesar do cenário desafiador, há perspectiva de  tempos mais tranquilos à espera de todo o setor de transportes rodoviários, pois em 2024 a previsão final é de um mercado estável e aberto para novos negócios.

Esta previsão traz mais otimismo, pois além da estabilidade, ainda é previsto um pequeno aumento de demanda para o setor, já que a variação do PIB influencia diretamente neste fator e o TRC cresce ou decresce de 2 a 3 vezes esta variação. 

Sendo assim, este ano apresenta condições excelentes para o transportador zerar esse déficit do frete e construir um valor certo e justo a ser cobrado do consumidor por esse trabalho tão necessário e desafiador que concretizamos.